A intransigência do governo Dilma em insistir na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte esbarra num novo e decisivo obstáculo. Não bastassem as inúmeras contestações do ponto de vista dos impactos ambientais e as conseqüências sociais que esse projeto trará a região do Xingu, agora é a vez do operariado fazer coro com ribeirinhos e indígenas. O problema central são as condições de trabalho impostas na obra.
Desde o último dia 25/11 (sexta-feira) há uma greve no canteiro de obras que questiona a baixa remuneração, a comida estragada servida que levou a infecções alimentares, proibição de visitas aos familiares no final do ano e outras questões. No último dia 12 havia ocorrido também uma paralisação da categoria que terminou com a demissão de 170 funcionários que reclamavam de desvio em suas funções.
A Unidos Pra lutar e suas entidades apóiam a luta desses trabalhadores. A lógica de desenvolvimento a custa da superexploração tem sido uma marca do governo Dilma. Em fevereiro desse ano, acompanhamos a rebelião que houve no canteiro de obras em Jirau que terminou com a radicalização dos operários na obra do PAC e com a destruição do canteiro, onde os trabalhadores eram submetidos a condições de trabalho semi-escravas. Em Belo Monte a situação não é diferente e por isso apoiamos a luta dos operários. Não aceitaremos mais nenhuma demissão nem a repressão da polícia a mobilização dos trabalhadores. É preciso que essa luta seja cercada de solidariedade, para não acontecer o que ocorreu em Jirau, com a demissão de mais de 6 mil. O movimento sindical, movimento popular e o movimento Xingu Vivo devem dedicar tempo a prestar solidariedade a luta.
É necessário também que quem negocie a pauta da categoria seja a comissão dos trabalhadores em luta no canteiro de obras, não a burocracia sindical. Onde estava o Sintrapav-PA (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada e Afins do Pará) quando serviam comida estragada aos peões? Onde estava o sindicato quando se praticava todo tipo de atrocidades contra os trabalhadores no canteiro de obras?
Durante o fechamento dessa nota, após a reunião com os representantes do consórcio responsável pela construção na usina, cerca de 100 trabalhadores fecharam a rodovia transamazônica no quilômetro 55, próximo a Altamira. Acreditamos que essa é saída para derrotar o governo e seu projeto de favorecimento das empreiteiras e precarização das relações de trabalho. Só com luta se muda esse quadro. Seguir o exemplo dos trabalhadores em Jirau para conquistar direitos. Força na Luta!
Belém, 28 de novembro de 2011
Associação de Sindicatos Unidos Pra Lutar
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