Nenhuma confiança nas centrais sindicais que traíram os trabalhadores!
Enquanto as empreiteiras anunciam demissões de 6 mil trabalhadores para conter a situação explosiva nos canteiros de obras, o governo e as centrais sindicais acham normal!!!
22 mil homens e mulheres da Usina Hidrelétrica de Jirau, com refeições de péssima qualidade, alojamentos improvisados que parecem senzalas, banheiros indignos e passando meses sem ver as famílias por um salário miserável fizeram uma justa rebelião.
A mídia escondeu quanto pode porque as usinas são as obras do PAC, principal “investimento” do governo Dilma. Os funcionários foram tratados como delinqüentes porque são trabalhadores braçais, peões do interior do país! A CUT declarou que eram vândalos a serviço da Força Sindical, e ela por sua vez negou apoio.
Carrascos defendem condenados
Quando o conflito foi a público, o governo inventou a Comissão Tripartite Permanente, isto é, centrais sindicais, empresas e governo. A CUT e a Força Sindical entraram nesse circo para pactuar a derrota dos grevistas! São eles que permitiram toda essa falta de dignidade e agora negociam em nome dos trabalhadores!!!
Após semanas de greve, um movimento espontâneo que apenas contou com a simpatia de milhares de trabalhadores brasileiros, conquistou a maioria das reivindicações imediatas e a promessa de diminuir as terceirizadas e a assinatura de Acordo Coletivo.
Dias depois a Camargo Corrêa anunciou as demissões! São 30% do efetivo da obra, o que representaria uma limpeza no quadro de trabalhadores, principalmente dos manifestantes. Patrões, centrais e Ministério do Trabalho se reuniram em Brasília e pactuaram. O ministro Gilberto Carvalho disse -“Demissões são naturais, a empresa sabia que contratou mais gente do que o adequado”. As centrais falaram -“a rotatividade é grande, mas é um avanço porque antes de ocorrer às demissões serão negociadas com os sindicatos...” E eles acham normal. Isso é um crime! Uma traição contra os trabalhadores!
O bobo da corte
Dilma fez jogada de cena completa, convidou "todas as centrais do país” incluída a CSP-Conlutas, assim passou a idéia de que medidas efetivas seriam tomadas. A Conlutas e o Pstu, sempre foram contra as "Comissões Tripartites". Mas desta vez rapidamente entraram, parece que a vaidade e a pressa para legalizar sua central falaram mais alto.
É bom lembrar que a esquerda sempre foi contra essas comissões de enrolação que existem há 20 anos. Eram “câmaras setoriais”, “agendas temáticas” ou “comissões tripartites”. Sempre serviram para enrolar o trabalhador, afinal das três partes envolvidas na negociação, uma é o patrão que defende o lucro, a outra é o governo, que defende o patrão, e a terceira o sindicato que é minoria. Mas neste caso é pior, porque sindicato e centrais estão vendidos para o patrão e para o governo, não representam os trabalhadores. A CUT nesses 20 anos de “comissões tripartites” já entregou nossa aposentadoria, aceitou demissões, fez acordos para reduzir direitos e até salários!
Nada contra Conlutas ter participado da primeira reunião de negociação para defender os trabalhadores em meio de tanto urubu. Mas eles ficaram calados sem denunciar a armadilha, isso é muito grave! Deveriam ter falado imediatamente na televisão que a CUT ia trair, que o governo queria demitir os grevistas, colocar propaganda paga na televisão, distribuir milhares de panfletos, mas não fizeram. Isso foi um descaso com os trabalhadores!
Não falaram que a CUT não representavam os heróicos grevistas, que quem devia negociar não era a CUT nem a Conlutas, senão os representantes da base, das obras! Legitimaram o fórum anti-operário e ajudaram a iludir a imensa massa de trabalhadores desamparados. Isso é o que dá confiar nas negociações com o governo, ficaram como o Bobo da Corte, fazendo críticas e comendo do mesmo prato no Palácio.
Mas a situação chegou ao limite quando anunciaram as demissões e a Conlutas resolveu continuar na “comissão tripartite”. Eles têm que sair porque essa comissão só serve para frear a luta, desmobilizar os trabalhadores e demitir os melhores lutadores!
A luta continua!
Porém, a crise não está resolvida. O descontentamento é muito grande, já são mais de 100 mil trabalhadores no país que fizeram greve e a situação pode se espalhar. Nenhuma confiança nos sindicatos governistas e nas centrais sindicais pelegas! Os trabalhadores devem se organizar de maneira independente, pela base! Nenhum trabalhador deve ser demitido! Toda solidariedade aos trabalhadores da construção civil!
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