Os trabalhadores da Construção Civil do COMPERJ – Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro – protagonizaram uma nova greve em menos de 1 ano. Suas principais reivindicações eram um reajuste de 18%, o pagamento da PLR. O setor da indústria da construção civil foi o que mais cresceu na economia “real”, e por isso tantas lutas tem ocorrido nesse ramo após a experiência de Jirau e Santo Antônio. Em comum nos canteiros os baixos salários, sindicatos traidores e uma nova vanguarda muito rebelde. Em Itaboraí, onde fica o COMPERJ, cerca de 60% dos peões não são da cidade e muitos estiveram na rebelião de Jirau.
A greve foi iniciada pela base e somente depois teve adesão do sindicato da categoria. A patronal – várias empresas contratadas pela Petrobrás – queriam utilizar a greve para renegociar seus contratos com a Petrobrás. Não abriram negociação e ainda entraram na justiça contra os piquetes. Enquanto não conseguiam o interdito proibitório contra os piquetes, a Comissão de Fábrica com uma boa adesão de base foi quem garantiu a manutenção do movimento contendo os fura-greves, com a direção do sindicato cutista apenas assistindo.
Infelizmente, o sindicato traiu mais uma vez. Sob o argumento de que era “necessário acabar com a greve para demonstrar que os trabalhadores queriam negociar”, defenderam o fim da mesma. Porém, mesmo assim, a base não votou o fim da greve e com um golpe clássico, a greve chegou ao fim, sem votação. Passadas quase duas semanas depois do fim da greve, a negociação não avançou em nada para os trabalhadores.
Essa base que foi traída continua questionando o patrão e o sindicato. Os 13 mil operários de hoje, serão 30 mil em pouco tempo. Nenhum problema foi resolvido e a categoria irá se levantar novamente. É uma obrigação, como fizeram a deputada Janira, a Unidos Pra Lutar e o PSOL, cobrir de solidariedade essas lutas e apoiar essa categoria para que construam uma nova direção consequente que possa auxiliar os trabalhadores na tarefa de garantir dias melhores.
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