quarta-feira, 11 de abril de 2012

SOS METALÚRGICOS: NOTAS DE RESPOSTA DA UNIDOS, DA INTERSINDICAL A CARTA DO PSTU




EM RESPOSTA À NOTA CALUNIOSA DO PSTU
Fonte: Unidos Pra Lutar - Júnior da STX - Marcelo STX

Mais uma vez o PSTU lança uma série de ataques e calunias na tentativa de ocultar seus erros, ainda que para isso agrida gratuitamente correntes e dirigentes da esquerda. Expõem organizações e principalmente a chapa, numa nota totalmente descabida e irresponsável, publicada em seu site e amplamente divulgada nas redes sociais, onde afirmam: “Um grupo de pessoas comandado por dirigentes de correntes internas do PSOL (Rosi Messias e Jessé Brandão pela CST/Unidos Pra Lutar; Índio e Gegê também dirigentes da Intersindical-Nova Central) invadiram a sede do PSTU na cidade de Niterói, agredindo verbalmente e ameaçando fisicamente as(os) militantes do partido que lá se encontravam. Só se retiraram do local com a chegada de mais companheiros que exigiram que deixassem o local.” E na pretensão de agravar ainda mais os fatos agregam: “Não bastasse esse lamentável acontecimento, militantes do PSTU e da CSP-Conlutas agora estão recebendo ligações telefônicas com ameaças de morte e de agressão física.”

Antes de tudo, queremos dizer que se verdadeiras essas ameaças, nos propomos, junto com vocês, além de lançar uma campanha pública em defesa dos companheiros do PSTU e da CSP-Conlutas, entrar na justiça para que sejam investigadas essas ligações e punir os covardes que realizam tais ameaças.

Mas os fatos que interessam são outros, mais simples, ainda que graves, tanto pelo o que está em jogo como pela forma burocrática e impositiva com que o PSTU atua permanentemente.

Estamos em meio a eleição do sindicato dos metalúrgicos de Niterói, entidade dirigida pela burocracia da CUT há mais de 20 anos. Neste processo surgiu uma chapa de oposição, a SOS Metalúrgicos formada por uma vanguarda de trabalhadores independentes que reivindicam a Intersindical, a CSP-Conlutas e a Unidos Pra Lutar. Depois de muitos anos de controle da burocracia, surge então a possibilidade real de retomar o sindicato das mãos da patronal para o controle dos trabalhadores. Esse sentimento de mudança, que se expressa na Chapa 3, é o que tem atraído importantes setores da base. Por isso a Chapa vem sofrendo ataques da burocracia que desde a Comissão Eleitoral, onde a burocracia é maioria, impugnou 7 de nossos companheiros.

Por conta disso, fizemos uma reunião no dia 28/04 às 21h na sede do SINTUFF, com a presença dos companheiros da CSP-Conlutas, da Unidos pra Lutar, da Intersindical e do MÊS, para discutir esta situação. A Conlutas opinava que a única saída era entrar na Justiça. A Unidos Pra Lutar, a Intersindical e o MES, concordavam que deveríamos entrar com o pedido de liminar, porém que era fundamental ter em mente que essa tática tinha um limite e que deveríamos nos preparar para substituir nomes caso a liminar fosse indeferida. Nosso entendimento partia da premissa de que a justiça burguesa não é nosso campo privilegiado de atuação. De forma positiva chegamos a um acordo: entraríamos com o pedido de liminar, sob responsabilidade do advogado da CSP/Conlutas, e se até o dia 30/03 a liminar não saísse, efetuaríamos de maneira comum e unificada a substituição dos nomes, para que a Chapa não fosse impugnada. Vale ressaltar que o advogado da Chapa foi indicado pelo PSTU e o representante da chapa na comissão eleitoral é do PSTU e que somente eles poderiam formalizar a troca de nomes.

Esse prazo não foi cumprido pelos companheiros da CSP/Conlutas e, para o desespero nosso e da ampla maioria da chapa, já não atendiam nossas ligações ou então nos enrolavam com desculpas. O mais grave foi que o Paulinho (CSP/Conlutas), que encabeça a chapa e é o representante da SOS Metalúrgicos junto à Comissão Eleitoral desapareceu, desligou o celular e não atendia ao telefone da sua residência, desde o dia 29/03 até 02/04, provavelmente para não ter que responder sobre o acordo que não cumpriram. Fomos obrigados a aguardar até segunda-feira, dia 02/04, último dia para a substituição segundo a Comissão Eleitoral. Vale ressaltar que caso a substituição dos nomes fosse necessária e após isso conseguíssemos a liminar, os 07 companheiros impugnados voltariam a compor a chapa.

Tivemos essa posição porque nossa preocupação, assim como da maioria dos metalúrgicos da Chapa, era garantir a inscrição da mesma. Enquanto que a única preocupação do PSTU era garantir sua suposta hegemonia na Chapa. Propusemos resolver o impasse por meio de reunião da Chapa, sendo que o PSTU se negou a reunir permanentemente.

Preocupados com esta indefinição e com a estabilidade no emprego dos integrantes da SOS, que ao enfrentar os burocratas arriscam seu trabalho e o sustento de suas famílias, vários companheiros Metalúrgicos, acompanhados por dirigentes e militantes da Unidos e da Intersindical foram até a sede do PSTU na tentativa de falar com o candidato à presidência. A primeira surpresa foi que ali estava o Presidente da chapa assistindo um filme. Neste ponto cabe esclarecer que não arrombamos portas nem fechaduras. Entramos como entraríamos em qualquer lugar, como uma sede de um partido de esquerda em horário de funcionamento, o que descaracteriza a acusação do PSTU de que invadimos sua sede. Poderíamos ser acusados de invadir assembleias legislativas, prédios públicos, fazendas, sindicatos burocráticos, mas não a sede de um partido de esquerda com quem estamos atuando juntos, mesmo com diferenças e dificuldades típicas dos processos feitos ao lado do PSTU. Entramos para fazer uma discussão sobre os erros que estavam sendo cometidos, mas o PSTU não tinha nenhum interesse em discutir conosco. Queria impor sua vontade e pronto. Por isso não aceitou nossa chegada e a considerou uma invasão. Foi em meio a essa discussão entre integrantes e apoiadores da Chapa que dirigentes do PSTU, que chegaram após nossa entrada, nos expulsaram de sua sede. Pior ainda, numa atitude insólita, para não dizer patronal, ameaçaram até chamar a Policia para nos prender!

Acusar de “gangster” nossos dirigentes por acompanharem a chapa nessa justa tarefa de tentar cumprir um acordo firmado é um ato caluniador e divisionista. E justamente em meio ao processo eleitoral acaba por beneficiar os patrões e a burocracia que dirige o sindicato dos metalúrgicos, fragilizando nossa chapa de oposição. É um comportamento completamente errado dentro de uma chapa composta por setores que reivindicam outra prática de movimento sindical.

A prática hegemonista do PSTU e da CSP Conlutas não são novidade na esquerda brasileira. No inicio da formação da Chapa dos metalúrgicos, impuseram sua maioria nos cargos, sem que isso se confirmasse no seu peso na base. Romperam o CONCLAT abortando qualquer possibilidade de construir uma nova central sindical, por não aceitarem quem pensa diferente. Recentemente, no ANDES, por causa de cargos e hegemonia, acabaram levando a ruptura da corrente ANDES-AD, pois queriam controlar, controlar e controlar. Assim é em toda parte.

Todos que não aceitam este método hegemonista, como nós não aceitamos no CONCLAT, não aceitamos nos metalúrgicos de Niterói e não aceitaremos em nenhum lugar, sofrem ataques como este que estamos sofrendo agora.

A eleição de metalúrgicos se dá em meio a lutas que despontam em Niterói e em todo o país. São os trabalhadores de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, são bombeiros e policiais militares, são rodoviários de Niterói, mesmo com o sindicato fazendo o jogo do patrão. Assim a eleição de metalúrgicos é de fundamental importância para o conjunto do movimento operário da região, do estado e do país.

Construir um sindicato sem atrelamento aos interesses das empresas, sem os burocratas sindicais fazendo o jogo do patrão, com práticas democráticas, de luta e que garanta a pluralidade de pensamento, é uma das nossas bandeiras fundamentais. Por isso fazemos um chamado à reflexão para que os companheiros do PSTU, com quem estamos compartilhando a Chapa 3, revejam seus métodos e atitudes e coloquem todo o peso de sua influência para conquistar uma vitória categórica no sindicato dos trabalhadores metalúrgicos de Niterói. Estamos em meio de uma importante batalha dos trabalhadores. Os chamamos a deixar de lado os métodos autoritários em prol da unidade para derrotar os patrões e a burocracia sindical. Agora temos a obrigação de marchar unidos para conquistar um importante triunfo para a classe trabalhadora.


1. Associação Nacional Unidos Pra Lutar
2. Júnior da STX (vice-presidente da Cipa da STX e candidato a Secretario Geral da Chapa 3 – SOS Metalúrgicos)
3. Marcelo da STX (candidato a Tesoureiro da Chapa 3 – SOS Metalúrgicos)

NOTA DA INTERSINDICAL, MES E CANDIDATOS DA CHAPA 3-OPOSIÇÃO METALÚRGICA
Resposta ao PSTU Niterói

Estarrecedora a nota publicada no site do PSTU sobre os acontecimentos envolvendo o processo eleitoral do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói. Como disse um companheiro numa outra situação envolvendo notas deste partido, pareceu-nos, a princípio, obra de algum hacker contratado pela chapa da CUT, que entrou no site do PSTU e colocou uma série mentiras a fim de destruir a chapa de oposição.

Infelizmente, mais uma vez não foi obra de um hacker, e sim manobras de alguns dirigentes do PSTU. E isso configura um fato muito grave para a esquerda brasileira, pois demonstra até que ponto a degeneração stalinista de mentir, caluniar e distorcer fatos corrompeu os métodos dos irresponsáveis que escreveram a referida nota.

Vários de nós tiveram dúvidas se deveríamos responder agora essa nota irresponsável, pois, ao contrário do PSTU, não queremos produzir armas e munição para a CUT atacar nossa chapa, que é composta por vários companheiros de luta, comprometidos única e exclusivamente com os interesses da categoria e com o projeto de transformação do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói em uma entidade de luta, combativa, autônoma e independente dos patrões, dos governos e dos partidos. Mas diante da caluniosa campanha contra os dirigentes das nossas organizações não tivemos como adiar essa resposta.

Aos fatos.

No dia 28/03, a comissão eleitoral dirigida pela CUT impugnou sete candidatos da nossa chapa, tentando nos tirar de uma eleição que no voto venceremos, se a eleição não enveredar para a fraude completa, e se a Conlutas parar de criar problemas para a chapa da oposição.

Naquela mesma noite (dia 28/03) fizemos uma reunião com o dirigente do PSTU Miguel Malheiros, “responsável” pelo setor deles na chapa de oposição. Saímos da reunião com um acordo de que o advogado indicado por eles entraria no outro dia na justiça para garantir a candidatura dos “impugnados” e, se até o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, não tivéssemos sucesso na medida judicial, a chapa iria substituir os candidatos impugnados. Restou acertado, também, que os dois campos da chapa deveriam providenciar candidatos suficientes para garantir a substituição.

Dos sete impugnados, seis foram indicados pelo campo da Conlutas e um do nosso campo. Cabe lembrar, também, que dos sete impugnados, cinco são aposentados.

O advogado indicado pela Conlutas só ingressou com a medida cautelar dois dias depois, na sexta-feira. O prazo para eventuais regularizações estabelecido pelo edital que convocou a eleição terminava na segunda-feira, dia 02/04.

As 11h da manhã da segunda-feira, dia 02/03, prazo final de regularização, três advogados e dirigentes da Intersindical, MES e Unidos pra Lutar, fomos para o TRT da cidade acompanhar o andamento do processo. Lá encontramos o advogado indicado pela Conlutas que ingressara com o pedido de medida cautelar. Este advogado, na presença de outra advogada militante do PSTU, nos afirmou que a decisão judicial poderia ser qualquer coisa, principalmente porque o juiz que até então acompanhava o processo se declarou incompetente e determinou a redistribuição do processo.

O advogado indicado pela Conlutas afirmou, ainda, que diante daquela situação, o correto seria substituir os candidatos impugnados, fazendo uma ressalva na ata de substituição garantindo que, caso a justiça concedesse o registro aos impugnados, a substituição seria anulada.

Esse procedimento, aliás, é muito comum em situações como esta.

Qual não foi nossa surpresa ao saber que mesmo assim o PSTU não aceitava cumprir o acordo de fazer a substituição, colocando em risco a possibilidade de a chapa concorrer e, muito mais grave, colocando em risco de demissão os candidatos que estão na ativa (20 companheiros) sem estes sequer terem o direito de disputar o pleito.

Nosso setor preparou um documento com a assinatura da maioria da chapa exigindo a substituição dos impugnados.

Faltando cerca de uma hora para terminar o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, fomos à sede do PSTU Niterói para conversar com o candidato a presidente da chapa (ligado à Conlutas) e chamá-lo à responsabilidade. Fomos acompanhados dos quatro candidatos que assinam essa nota, de três advogados e dos dirigentes da Intersindical e Unidos (os companheiros do MES ficaram preparando os últimos documentos necessários para a substituição).

Naquele momento, o encabeçador da chapa, ligado à Conlutas, precisava ir ao sindicato levar os documentos dos sete substitutos e ele mesmo faria a ressalva na ata, garantindo que caso a justiça garantisse a candidatura dos até então impugnados, a substituição também seria automaticamente anulada, como orientara o advogado da Conlutas (e também os nossos advogados).

Na sede do PSTU, conversamos tranquilamente por alguns minutos com o encabeçador da chapa que pediu para ligar para o advogado dele. Durante essa ligação, e temendo que o companheiro cedesse ao bom senso, os dirigentes do PSTU - Satanás e Tavares - com muita truculência, chegaram para nos expulsar de sua sede. Fomos expulsos e saímos.

Nossos advogados permaneceram e reuniram-se, por mais de uma hora na sede deles, com os dirigentes do PSTU, com dois candidatos da Conlutas presentes e o advogado deles, que chegara junto com Satanás e Tavares.

Essa foi, rigorosamente, a sucessão dos fatos que se deu com nossa ida à sede daquele partido. Não tínhamos e não temos nenhuma razão para, como eles mentirosamente disseram, “invadir” a sede deles. Fomos apenas tentar garantir o acordo que tínhamos feito com o PSTU, para que nossa chapa de oposição tivesse resguardado o seu direito de concorrer, em qualquer situação, com ou sem decisão judicial favorável.

A importância do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí

O Sindicato dos metalúrgicos com sede em Niterói representa os trabalhadores dos estaleiros da região, da indústria naval em pleno crescimento. O reaquecimento do setor levou a um expressivo aumento do número de trabalhadores, colocando-nos o desafio de reorganizar uma nova vanguarda de militantes, sem as frustrações do descenso dos anos 90.

Outro aspecto importante é que este sindicato irá representar os metalúrgicos de Itaboraí, onde fica localizado o COMPERJ, um imenso empreendimento que tem a perspectiva de gerar 300.000 empregos diretos e indiretos. Lembramos também que mesmo antes do seu funcionamento, o COMPERJ já tem sido palco de greves e de mobilização dos trabalhadores da construção civil. Sinal de que temos que estar preparados para as lutas de novo setor militante que está surgindo.

A vitória de uma chapa combativa para o Sindicato de Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí é parte da construção de uma nova direção para o movimento dos trabalhadores no Brasil. Por isso, achamos fundamental a unidade daqueles que defendem um sindicalismo combativo e de luta. A unidade não pode ser usada apenas como retórica ou autoproclamação. A unidade tem que se dar no respeito ao peso real na categoria, respeitando os acordos políticos e a vontade da maioria da chapa e da categoria. Não se constrói a unidade com autoritarismo, nem tampouco com calúnias e difamações. A história já nos provou isso.

INTERSINDICAL
MES - Movimento de Esquerda Socialista
E os membros da chapa 3 que foram conosco à sede do PSTU
José Batista Jr – Secretário-Geral da Chapa 3.
Marcelo Oliveira – Secretário Finanças da Chapa 3.
Nélio Botelho – Secretário Política sindical da Chapa 3.
Paulo Teixeira – candidato a diretor da chapa 3 (indicado para a chapa pela Conlutas).








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