domingo, 21 de junho de 2020

O Sindicato mais radical dos Estados Unidos está fechando os portos no Dia da Abolição da Escravatura (19/06)

Por PETER COLE – tradução livre
TERÇA-FEIRA, 16 DE JUNHO DE 2020, 11:56
A indignação com o assassinato policial de George Floyd lançou protestos do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) em todo o país e no mundo. A maioria das ações está sendo organizada por jovens negros. Enquanto muitos são da classe trabalhadora e pelo menos alguns são anticapitalistas, poucos protestos fazem parte formal do movimento sindical.
Isso pode mudar nesta sexta-feira, quando o sindicato mais radical dos Estados Unidos fechar a porta do país para o mundo, é greve dos portos da Costa Oeste, em solidariedade ao movimento Vidas Negras Importam, no dia que se comemora o fim da escravidão nos Estados Unidos.
Clarence Thomas, trabalhador das docas e ativista de longa data pela igualdade racial e pelo socialismo observou, "será a primeira vez que um sindicato internacional irá parar o trabalho com o objetivo de comemorar o Dia da Abolição da Escravatura" (feriado em memória ao dia 19 de junho de 1865 quando foi proclamado o fim da escravidão).
Thomas, um afro-americano de Oakland, se orgulha de ser membro da terceira geração do Sindicato Internacional dos Trabalhadores das Docas e Armazéns (ILWU). Indiscutivelmente, nenhum sindicato lutou tanto e mais duramente pela igualdade dos negros. Willie Adams, o primeiro presidente internacional negro do sindicato, recentemente declarou: "Nosso sindicato tem uma longa história de enfrentamento ao racismo no trabalho, em nossas comunidades e em todo o mundo".
Por outro lado, a maioria dos sindicatos - hipoteticamente, a voz coletiva dos trabalhadores - parece hesitar em agir. Os manifestantes destruiram a sede da AFL-CIO (maior Central Sindical dos EUA), localizada perto da Casa Branca, embora possa ter sido por engano, talvez seja um símbolo da enorme divisão entre os manifestantes negros e jovens, e os "trabalhadores organizados". No entanto, considere que o AFL-CIO, por mais fraca que pareça, ainda representa 12,5 milhões de trabalhadores. Não há outro movimento maior de pessoas comuns do que os sindicatos. Mas, apesar de seu potencial, os sindicatos estão emitindo declarações bem formuladas, mas fornecendo pouco apoio tangível aos protestos atuais, a maior revolta da classe trabalhadora em duas gerações.
Alguns sindicatos, como o Sindicato dos Professores de Chicago (CTU) e outros estão desafiando ativamente o racismo, a brutalidade policial e outras políticas reacionárias com ações progressivas e inovadoras. Tal militância e radicalismo, não por coincidência, surgiram em sindicatos com um número maior de sócios negros, pardos, imigrantes e mulheres. Ainda assim, a greve nos portos é uma ação que dá um exemplo mais avançado de solidariedade...

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