O questionamento ao modelo imposto pelo governo Dilma (PT) continua.
O Clima de revolta tomou conta mais uma vez dos canteiros de obras de Belo Monte e Pimental, os principais na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na região de Altamira, no Pará.
Tudo começou na noite da sexta-feira (09), onde depois de não aceitar a proposta de reajuste de 7% apresentado pelo Consórcio aos trabalhadores, foram incendiados quatro galpões do almoxarifado em Belo Monte. No sábado (11) a revolta chegou em Pimental, que teve suas instalações e alojamentos destruídos.
Mais uma vez, como na última greve ocorrida, o SINTRAPAV, sindicato que deveria representar os operários, ligado à Força Sindical, foi rechaçado pela categoria ao tentar negociar um acordo de 11% de aumento com a patronal. Isso porque a inflação em Altamira está muito acima dos valores apresentados. Os preços na cidade subiram em 30%, muito acima da média nacional.
Existem três reivindicações centrais em pauta: aumento salarial acima do oferecido, equiparação salarial entre os canteiros de obras e mudança nas regras das baixadas, que são as folgas, que ocorrem a cada seis meses.
A Unidos Pra Lutar é solidária a luta destes trabalhadores. O avanço na precarização das relações de trabalho é inerente ao modelo de desenvolvimento que o governo Dilma impõe sobre a Amazônia e o resto do país. As empreiteiras fazem farra com dinheiro público, devastam o meio ambiente, afetando comunidades tradicionais, como em Belo Monte e no caso dos Guaranis-Kaiowás e atacam os direitos dos trabalhadores. Os preços em Altamira disparam e o salário dos trabalhadores não aumenta no mesmo patamar, o que torna a relação insustentável.
O SINTRAPAV não fala em nome dos trabalhadores
Quem deve tratar das pautas apresentadas com a patronal devem ser os 14 mil trabalhadores da obra. Desde a primeira greve, no final de 2011, os operários já rejeitavam veementemente as tentativas da burocracia sindical do SINTRAPAV de tentar negociar em nome dos trabalhadores. Este sindicato já acumula uma série de traições a mobilização e até escoltado pela polícia já chegou nos canteiros para, ao invés de apoiar a luta, reprimi-la.
Dilma manda Força nacional de Segurança para garantir Belo Monte na marra
Recentemente, mais de 250 homens do Exército participaram de treinamento no Sítio Pimental. Os militares simularam operação para ocupar o canteiro e garantir o funcionamento da obra em caso de situação de conflito. O governo Dilma, junto com o governador Simão Jatene (PSDB) não estão medindo esforços para garantir a criminalização de quem mobiliza contra Belo Monte. Existe toda uma movimentação para garantir o andamento das obras. Até o Presidente da OAB, Ophir Cavalcante, que chegou a criticar a usina em 2011, teve seu escritório contratado para defender o consórcio de empreiteiras construtoras.
Seguir o exemplo de Jirau para obter conquistas
As greves nos canteiros de Jirau e Santo Antônio em 2011 duraram mais de 15 dias. Mesmo com o a ilegalidade da greve decretada pelo TRT local, os trabalhadores conseguiram reajuste e a reposição dos dias parados até o dia 10.
As rebeliões operárias que se alastram nas obras do PAC em menos de um ano mostra o caminho para os trabalhadores da construção civil a das outras categorias do país para derrotar o arrocho salarial e obter melhores condições de trabalho.
Todo apoio a luta dos trabalhadores de Belo Monte!
- Aumento salarial real!
- Redução do tempo das baixadas de 6 para 3 meses!
- Equiparação salarial entre os operários de todos os canteiros!
- Nenhuma confiança na burocracia do SINTRAPAV/Força Sindical! Uma comissão de base deve falar em nome dos trabalhadores!
Unidos Pra Lutar - Pará
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