quinta-feira, 16 de julho de 2015

GRÉCIA: Tsipras enfrenta revolta, greve geral e perde apoio interno

O setor público grego trabalhou pela metade nesta quarta-feira (15.07) em razão da greve de 24 horas convocada pelo sindicato ADEDY, que se opõe às novas medidas de austeridade no âmbito do acordo assinado segunda-feira com os credores do país, que será votado esta noite pelo Parlamento.
Esta é a primeira greve convocada desde a eleição do partido Syriza, em janeiro passado.
Os transportes públicos sofriam paralizações no início da manhã, com pausas no metrô, causando engarrafamentos nas ruas da capital. A rede ferroviária não irá funcionar por 24 horas, dificultando o acesso a Atenas do aeroporto internacional, enquanto os hospitais realizam apenas os serviços mínimos e emergenciais.
A greve também afeta os serviços municipais, após o sindicato dos trabalhadores municipais aderir ao movimento nacional. Centenas de pessoas, segundo polícia, reuniram-se na parte da manhã no centro de Atenas. À noite, está prevista uma segunda manifestação em frente ao Parlamento, juntamente com outros partidos de oposição ao acordo.
Pela noite manifestantes se posicionam em frente ao Parlamento grego onde é debatido o pacote de austeridade exigido pela zona do euro. Ocorreu conflitos entre manifestantes e policiais grupos de manifestantes lançaram coquetéis molotov nos agentes, que responderam com gás lacrimogêneo. “Há mais de 30 pessoas detidas pela polícia depois dos confrontos de hoje. Na praça Syntagma mantêm-se entre 1000 a 1.500 pessoas”, refere o Kathimerini.

Governo aprova acordo mais perde apoio interno
Mais da metade dos membros do comitê central do Syriza, o partido do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediram nesta quarta-feira ao governo que rejeite o acordo assinado com os sócios europeus por considerá-lo incompatível com os princípios da esquerda e que não resolve os problemas do país.
Em declaração conjunta (Conhecida como Plataforma de Esquerda), assinada por 109 membros dos 201 do comitê central do partido, assinalam que o acordo é "incompatível com as ideias e os princípios da esquerda e sobretudo com o que necessitam as classes mais pobres".
Essa posição se refletiu na votação que ocorreu a noite quando 32 deputados de Syriza votaram contra o acordo e 6 se abstiveram. A vice-ministra das Finanças da Grécia, Nadia Valavani, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, por discordar do acordo feito entre a Grécia e seus credores; ela afirmou que não pode ocupar um cargo ministerial e ao mesmo tempo ser contra uma decisão do governo. Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças, votou 'Não'.
O novo pacote de ajuda grega, além de não conter qualquer tipo de perdão de dívidas, impõe duras condições a Atenas, com medidas de "aperto" econômico que não apenas o governo grego tinha prometido não adotar, mas que também foram recusadas por 61% dos gregos em um plebiscito realizado há duas semanas.

Nós da Unidos Pra Lutar, apoiamos os trabalhadores e o povo gregos, que votaram não no referendo para garantir os benefícios e direitos que foram conquistado com muitas lutas. Repudiamos o acordo. Chamamos os trabalhadores, a juventude, à esquerda brasileira e mundial a se manifestarem em frente as embaixadas em apoio ao povo grego. Nenhum direito a menos. Por uma frente de países devedores. Por uma greve Intercontinental. Que os ricos paguem pela crise. Não a TROIKA.

Nenhum comentário: