Vidas Negras Importam
A
indignação popular se iniciou em Mineápolis, onde uma delegacia foi incendiada,
além de postos de gasolina, bancos e outros prédios; houve saques e confrontos com
a polícia. Rapidamente os protestos se espalharam pelo país, em plena pandemia.
Multidões pedem o fim da violência
policial e do racismo, aos gritos de: "Black Lives Matter" - Vidas
Negras Importam. Mais de 30 cidades foram tomadas pelos manifestantes que
incendiaram ou quebraram dezenas de viaturas policiais. Dentre as principais
cidades estão, Detroit, Los Angeles, Dallas e Nova York. Centenas de pessoas ocuparam
o prédio da CNN em Atlanta. Em Washington, centenas de manifestantes se
dirigiram à Casa Branca. O governo aterrorizado ordenou um cerco policial. As
declarações de Trump, que chamou os manifestantes de delinquentes e anunciou
que os receberia “com os cães mais cruéis e as armas mais ameaçadoras",
acirraram ainda mais os ânimos.
Até o momento
duas pessoas morreram nos enfrentamentos com a polícia, vários policiais
ficaram feridos e 1.300 manifestantes foram presos. A força da insurreição
popular já levou à prisão um dos quatro policiais, preso sob a acusação de
homicídio culposo (sem intenção matar), mas isso foi muito pouco, após décadas
de racismo capitalista.
Os protestos
se agudizam, pois não faltam motivações. O maior número de mortes nos EUA por
Covid 19 ocorre entre os negros, que quase não recebem testes, quando o país ultrapassa
a marca de 100 mil mortos pela doença; a proporção de negros assassinados pela
polícia equivale a mais que o dobro de brancos. Os negros que estão morrendo,
em sua ampla maioria, são pobres e trabalhadores.
Trump alimenta
os supremacistas brancos e toda forma de racismo e aplica um duro Plano de
Ajuste contra o povo para sustentar os lucros do capitalismo norte-ameircano,
provocando recessão, desemprego, falta de serviços públicos que afeta os mais
pobres. Isso potencializa a rebelião de pobres, negros e negras, trabalhadores
e trabalhadoras que denunciam essa guerra social, de classe e de raça, dos de
cima contra os de baixo.
Execuções
racistas por parte da polícia causam indignação tanto no Brasil quanto nos EUA.
O assassinato de Marielle Franco é emblemático. Mulher negra, ativista de
Direitos Humanos. No Brasil, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto, muitas
vezes atingido pelas costas, como aconteceu com o adolescente João Pedro (14),
morto dentro de casa (18/5/2020) em uma ação conjunta da polícia civil e
militar, no Rio de Janeiro. Dois dias depois (20/5), outro João, também no Rio,
João Victor (18) foi atingido pela polícia durante a distribuição de cestas
básicas por uma ação social.
O Estado é
responsável por essas mortes, determinadas pelo racismo estrutural do capitalismo
que promove o extermínio do povo negro mundo afora. A batalha contra o racismo
nos Estados Unidos e no Brasil é uma só. Basta! Justiça para estes e de tantos
outros negros e negras assassinados pelo Estado capitalista em todas as partes
do mundo. O racismo e a exploração dos trabalhadores só acabarão quando o
capitalismo for derrotado e uma sociedade socialista garantir igualdade a todos
e o fim da discriminação pela cor da pele, gênero, credo e orientação sexual.
Chega de
racismo! Vidas negras importam!
Fora Trump!
Fora Bolsonaro e Mourão!
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