segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Não às demissões na GM! Nenhum direito a menos!

Por Nancy Galvão e Manuel Iraola

A crise da economia mundial iniciada em 2008 levou os grandes empresários e capitalistas de todo o mundo, com o argumento de reduzir custo para aumentar competitividade no mercado, a adotar o modelo chinês de relações trabalhistas, ou seja, aumentar brutalmente a exploração sobre os trabalhadores reduzindo salários e cortando direitos conquistados durante um século de lutas.
Por isso as massas trabalhadoras se levantam, estouram lutas: greve continental na Europa, revolução árabe contra ditadores que atacam os direitos democráticos e o nível de vida dos povos, ocupação das praças pela juventude indignada que questiona o sistema financeiro mundial, responsável pelo endividamento dos países e os planos de ajuste que geram mais miséria, desemprego e o desmonte da educação e do sistema público de saúde.
No Brasil, com a chegada da crise econômica, os patrões estão atacando os direitos trabalhistas e todo tipo de conquistas. O governo Dilma avaliza essa política presenteando às indústrias com isenções de impostos e incentivos fiscais que já custaram aos cofres públicos R$190 bilhões, e por outro lado corta verbas para as áreas sociais, dá continuidade à reforma da previdência comprada com o mensalão do Lula. Dilma prepara o terreno para a “chinalização” das relações trabalhistas no país com o ACE (Acordo Coletivo Especial) que permite que todos os direitos sejam rebaixados ou retirados e o projeto da terceirização irrestrita que transforma todos trabalhadores em mão de obra precarizada, esses dois projetos estão para ser votados no congresso nacional.
Infelizmente, a burocracia sindical da CUT e outras centrais pelegas, também ajudam os patrões, apoiando esses projetos do governo, assinando acordos que reduzem direitos e não unificando a luta dos trabalhadores que é uma só. Muitos desses ex-sindicalistas hoje ocupam altos cargos no governo e enriquecem a custa dos trabalhadores.
As fortes lutas também chegaram ao Brasil a exemplo dos operários da construção civil de Jirau contra a semi-escravidão nos canteiros de obras do PAC, dos servidores públicos federais que derrotaram a política de reajuste zero que Dilma queria impor por 10 anos. Policiais militares e bombeiros em greve desafiaram a rígida disciplina militar.

A luta na GM
A unidade da GM em SJC, desde 2008, tenta reduzir o piso salarial e impor o banco de horas. A mesma tentativa vem fazendo a Johnson, Ambev, Cebrace, e outras empresas da região. Por isso temos que entender que a luta dos operários da GM é parte de um processo global e que, portanto, tem que ser respondido globalmente pelo movimento dos trabalhadores com ações e jornadas de lutas unificadas, essa é a única possibilidade que temos de derrotar os patrões e o governo que os defende. A nossa luta não é apenas por manter os empregos, mas mantê-los com salários dignos e os direitos conquistados.
Estamos juntos com os operários da GM. Desde o primeiro momento nos colocamos à disposição e sob a condução do Sindicato dos metalúrgicos de SJC na perspectiva de fortalecer a luta contra os ataques aos nossos direitos rumo à vitória. O Fórum de Lutas do Vale do Paraíba (Sindicatos dos químicos, condutores, alimentação, vidreiros, petroleiros, SindSaae, municipais de Jacareí e de São Sebastião, e movimentos sociais) propôs uma jornada de luta unificada no segundo semestre de 2012, durante as campanhas salariais de todas as categorias, tendo a luta dos trabalhadores da GM como o carro chefe, infelizmente a direção do Sindicato dos metalúrgicos achou prematura uma campanha unificada e não concordou com a principal bandeira “Em defesa dos empregos com salários dignos e direitos”.
Ao recusar a luta unificada, isolaram o conflito, pois ao invés de convocar à unidade e ampliar e divulgar sua luta, chamando os trabalhadores e o povo, aos sindicatos e entidades à luta unificada, optaram por ficar sozinhos. Assim, ao privilegiar a negociação e confiar no governo federal, a direção do Sindicato dos metalúrgicos perdeu a possibilidade de derrotar o pacotão da GM. Isso levou a negociações infindáveis que geraram expectativas e desgastaram os trabalhadores, conduzindo a um beco sem saída que terminou levando o Sindicato dos Metalúrgicos de SJC a assinar, pela primeira vez, um acordo de retirada de direitos.
O acordo assinado implica na drástica redução do piso salarial (de R$3100,00 para R$1800,00), num banco de horas limitado a 12 dias/ano, e não garante os empregos, já que 600 trabalhadores do layoff serão demitidos e a promessa de manter a fábrica em SJC é duvidosa já que a GM se comprometeu apenas a manter o nível de emprego até 2014.
Sempre combatemos esse tipo de acordo que reduz e flexibiliza direitos, além de refletir negativamente em todas as categorias, fragilizando a luta de toda a classe trabalhadora brasileira. A história de luta dos trabalhadores da GM/SJC sempre foi um exemplo: a greve de 1985 quando os trabalhadores ameaçaram explodir a fábrica, caso a polícia sangrenta da ditadura militar invadisse a empresa ocupada pelos trabalhadores, conquistou a redução da jornada de trabalho. É essa a nossa história! É esse o exemplo a seguir!
O Fórum de Lutas do Vale do Paraíba continuará a luta unificada de todos os trabalhadores da região pela manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas e melhoria das condições de trabalho. É necessário extrair todas as lições desta experiência, chamando e construindo a unidade dos trabalhadores para derrotar as políticas dos patrões e dos governos de acabar com os direitos trabalhistas, assim como para lutar pelo salário e melhores condições de trabalho.

Viva a luta dos trabalhadores! Nenhum direito a menos!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Movimentos sociais protestam contra tráfico humano em Belo Monte


Manifestação também prestou solidariedade aos operários presos de Ferreira Gomes, no Amapá

Durante a manhã desta quinta-feira, 21/02, o Comitê Metropolitano Xingu Vivo, junto com diversas entidades dos movimentos sociais realizaram um ato público em frente a sede do consórcio de Belo em Belém, denunciando o tráfico humano e a exploração sexual de mulheres e adolescentes no canteiro de construção da usina.

As entidades protestaram contra as violações de direitos humanos causada pelos grandes projetos como a construção da usina de Belo Monte. Após o ato uma comissão foi ao Ministério Público Federal entregar documento elaborado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) que solicita a instauração de inquérito para apurar as denúncias e pedindo federalização da investigação do tráfico de pessoas e exploração sexual.

Solidariedade aos operários em Ferreira Gomes (AP)
Durante a manifestação, algumas entidades prestaram solidariedade aos 17 operários da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes, no Amapá, que estão presos desde o último dia 03, depois que os mesmos protestaram contra as péssimas condições de trabalho e a qualidade da alimentação que é servida no canteiro de obras.

De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Servidores Federais (SINTSEP-PA), Cedício Vasconcellos, “as conseqüências do modelo de desenvolvimento que o governo Dilma impõe sobre a região amazônica está levando ao aprofundamento de uma crise social na região. O tráfico de pessoas e a criminalização dos operários que protestam contra a precariedade nas relações de trabalho são uma realidade desde Jirau e Santo Antônio, em Belo Monte e em Ferreira Gomes. Temos que seguir denunciando este crime que está sendo patrocinado por governo e empreiteiras até derrotar este projeto”.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Todo apoio aos operários de Ferreira Gomes


Dorinaldo Malafaia
Sindesaúde Amapá/Unidos-AP

O desenvolvimento acelerado de Dilma e das empreiteiras não leva em conta os direitos dos trabalhadores. Mais uma vez, os operários das obras do PAC estão demonstrando isso. No extremo norte do país, a cidade de Ferreira Gomes, no Amapá, está sendo palco de mais uma revolta de operários contra as precárias condições de trabalho impostas nas obras do PAC. 

No último dia 03, um grupo de trabalhadores queimou pelo menos 12 alojamentos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica em construção na cidade. A ação ocorreu como protesto contra a péssima condição da comida servida. Depois de atear fogo nos alojamentos, os operários fecharam a BR 156 e foram duramente reprimidos pelo BOPE. 17 pessoas foram presas e permanecem detidas desde o dia do ocorrido, sendo tratados por governo e mídia como criminosos comuns. 

Estes trabalhadores são presos políticos do governo Dilma, que pretende dessa forma silenciar quem questiona as relações de trabalho nos canteiros do PAC. Nada mais cruel e reacionário, a criminalização de quem luta por melhores condições de trabalho. Assim é em todas as manifestações ocorridas até aqui. Em Jirau e Santo Antônio, em Belo Monte e agora em Ferreira Gomes, o aparato repressor é utilizado para frear as mobilizações. Como as burocracias sindicais estão sendo atropeladas pelos trabalhadores, o governo usa da repressão para conter as lutas. 

Estamos juntos com os operários de Ferreira Gomes. Estes trabalhadores deram o recado ao governo de que a dinâmica de lutas nas obras do PAC que começaram em Jirau-RO em 2011 segue. A lógica de superexploração dos trabalhadores nas obras do PAC só pode ser combatida com a mobilização destes trabalhadores. A Unidos Pra Lutar se dispõe a colaborar na campanha pela libertação dos operários presos e para cobrar que as condições de trabalho melhorem no canteiro. Através do Sindesaúde Amapá, já estamos nos movimentando para somar na campanha. No próximo dia 18 ocorre um ato pela liberdade dos 17 presos políticos do governo chamamos todos os lutadores a participar. Somos todos operários!