IBGE
UNIFICAR AS LUTAS DOS SPF'S! CONTRA OS CORTES E AJUSTES FICAIS DE DILMA E
LEVY!
Cássia Evangelista (Agente de Pesquisa e Mapeamento do IBGE e UNIDOS PRA
LUTAR/CST/PSOL)
No ano de 2014, durante 79 dias, os trabalhadores do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em todo o Brasil paralisaram suas
atividades, mediante os absurdos ataques e precarização que o órgão vem
sofrendo. O IBGE é reconhecido como o maior banco de dados da América Latina, e
tem papel essencial na sociedade brasileira, que é levantar quantos brasileiros
somos, onde estamos e como vivemos, retratando a organização territorial,
o movimento econômico e a realidade do país.
A política do governo PT de cortar verbas das áreas sociais essenciais
afetou diretamente a educação, a saúde, o transporte, etc., e também o IBGE,
que só em 2014 teve mais de R$300 milhões cortados do seu orçamento, e
privilegiou o pagamento da dívida pública, obras para a Copa da FIFA,
Olimpíadas, contratos com empreiteiras no PAC, e agora sabemos, para os dutos
do Petrolão. Ao passo que o quadro de servidores do IBGE em todo o Brasil foi
reduzido em 4.000 servidores efetivos, que agora são aposentados, e dos
trabalhadores restantes, 4.500 são temporários, que possuem remuneração muito
inferior e não têm os mesmos direitos trabalhistas. Com essa situação muitas
pesquisas foram canceladas, como a Contagem Populacional e a Pesquisa de
Orçamento Familiar - POF, que deveriam acontecer em 2015, muitas Unidades
Estaduais estão, literalmente, desabando na cabeça dos servidores, e ainda
temos que lidar com uma Direção autoritária, que há anos não se renova e sempre
sai em defesa da política do Governo Federal.
Um exemplo claro desta política de fazer mais com menos que o IBGE
passa, foi o muito veiculado erro na divulgação dos dados da PNAD de 2013, que está diretamente
ligado ao sucamento do órgão e à desvalorização do servidor.
Durante a greve, os servidores exigiram que o IBGE tenha plena autonomia
técnica, pois não é um órgão de governo e sim do Estado. Que o orçamento do
IBGE viabilize seu planejamento de funcionamento. Que os trabalhadores
temporários tenham os mesmos salários e direitos que os efetivos em carreira
inicial, enquanto estes existirem no órgão, e que haja concurso público
imediato para preencher as vagas de aposentados e dos temporários em pesquisas
contínuas. Que a carreira e os salários dos efetivos se igualem ao dos órgãos
do Ciclo de Gestão. Pela democratização do IBGE, por eleições diretas para a
Direção e chefias Estaduais.
A greve se encerrou com um saldo de 186 demissões de servidores
temporários, cujo processo de reintegração está judicializado, e a abertura de
dois Grupos de Trabalho, um para debater carreiras e outro para trabalho
temporário. Porém, a postura autoritária impressa pela Direção do IBGE, MPOG e
Governo Dilma demonstra que mais uma vez a categoria deve se mobilizar. Porém,
não estará sozinha, pois o momento é de unificar forças para a luta, através de
uma campanha salarial unificada dos SPFs e de seu calendário de lutas.
Não a toa acontecerá no dia 29/05 um ato nacional de protesto dos
trabalhadores do IBGE no Rio de Janeiro:
- Pelo fim da compensação das horas da greve!
- Pelo cumprimento do acordo de greve!
- Pela reintegração dos demitidos em 2014!
- Pela reestruturação do Plano de Carreira e Salários!
- Não à precarização do IBGE!
- Por concursos públicos e mais verbas!
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