Nesta sexta-feira (03/05), o nível do Rio Guaíba passou dos 4 metros: a cidade de Porto Alegre está tomada pelas águas da chuva, e muitas pessoas estão isoladas, ilhadas, sem alimentação, sem comunicação, sem água e energia. Porto Alegre e cidades da região metropolitana sofrem com as fortes tempestades que caem sobre o Rio Grande do Sul.
É
urgente uma ação imediata das autoridades, não apenas para resgatar, remover e
alojar as pessoas desabrigadas, mas também para prevenir, evitar e combater
possíveis contaminações por água e alimentos, garantir suplementos hospitalares
e itens pessoais para higiene, recuperar estradas e pontes, restabelecer rotas
de logística e o fornecimento de água, luz e comunicação, o quanto antes. Posteriormente,
será necessária uma rigorosa avaliação das áreas de risco, reconstrução das
casas e realocação das pessoas, além de uma série de obras de drenagem,
saneamento e infraestrutura. Será imprescindível uma campanha de vacinação
contra a dengue, a covid, a gripe, malária e outras enfermidades, para a
prevenção de saúde de crianças e adultos.
Mas
não basta remediar. É imperativo parar o desmonte das leis de proteção
ambiental, parar de reduzir áreas de preservação permanente, matas ciliares,
cassar o licenciamento e o funcionamento de empresas desmatadoras, poluidoras
como a Vale, além de combater o garimpo ilegal. Está na ordem do dia REVOGAR o
marco temporal! Não ceder um milímetro à bancada do agronegócio, bem
representada por deputados advindos dos estados do RS, PR, SC, cuja população
está sofrendo com os efeitos extremos da crise ambiental.
O
Rio Grande do Sul é o exemplo mais recente de que a questão climática é política
e de gestão pública, pois muito se poderia ter evitado com ações preventivas. A
natureza não é a responsável pela tragédia. O descaso dos governos, a falta de interesse pelo
bem-comum, além da busca enlouquecida do lucro do sistema capitalista, que
explora a natureza até seus últimos recursos, sem a menor importância e
preocupação com os impactos que isso traz à vida humana são os principais
responsáveis por mais essa tragédia socioambiental.
Estamos diante de uma tragédia anunciada. Há muito tempo a ciência vem alertando quanto à urgência de políticas de adaptação aos efeitos do aquecimento global, porém os governos (federal, estaduais e municipais) não se organizam em torno de um plano de ação integrada e seguem ignorando os riscos, por isso nós, da UNIDOS PRA LUTAR, exigimos ações imediatas das autoridades governamentais para o Rio Grande do Sul. Exigimos dos governos, dos patrões e da Justiça, que nenhum trabalhador seja prejudicado ou perca algum direito trabalhista. A segurança das famílias gaúchas é a prioridade, as empresas e patrões devem manter o pagamento integral dos trabalhadores sem nenhum prejuízo, deve ser proibida qualquer demissão. Os ricos devem pagar pela crise climática que assola o Rio Grande do Sul. Nós da UNIDOS PRA LUTAR, estamos solidários com os trabalhadores, as trabalhadoras e o povo pobre do Rio Grande do Sul e nos somamos à campanha nacional de solidariedade.