domingo, 5 de maio de 2024

Uma Tragédia Anunciada! Solidariedade aos trabalhadores, trabalhadoras e a população pobres do Rio Grande do Sul

 A tragédia no Rio Grande do Sul não foi obra exclusiva da natureza. Desde setembro de 2023, foram 4 tragédias climáticas em menos de 1 ano. Acompanhamos 3 eventos que ocorreram em junho, setembro e novembro, deixando 80 mortos. Ano passado, conforme informação do Instituto Nacional de Meteorologia, entre os dias 15 e 16 de junho o Rio Grande do Sul enfrentou um Ciclone Extratropical, que vitimou 2 milhões de pessoas, deixou desabrigadas 3200, e ainda, 4300 pessoas desalojadas; atingindo 40 cidades do Estado.

Nesta sexta-feira (03/05), o nível do Rio Guaíba passou dos 4 metros: a cidade de Porto Alegre está tomada pelas águas da chuva, e muitas pessoas estão isoladas, ilhadas, sem alimentação, sem comunicação, sem água e energia. Porto Alegre e cidades da região metropolitana sofrem com as fortes tempestades que caem sobre o Rio Grande do Sul.

É urgente uma ação imediata das autoridades, não apenas para resgatar, remover e alojar as pessoas desabrigadas, mas também para prevenir, evitar e combater possíveis contaminações por água e alimentos, garantir suplementos hospitalares e itens pessoais para higiene, recuperar estradas e pontes, restabelecer rotas de logística e o fornecimento de água, luz e comunicação, o quanto antes. Posteriormente, será necessária uma rigorosa avaliação das áreas de risco, reconstrução das casas e realocação das pessoas, além de uma série de obras de drenagem, saneamento e infraestrutura. Será imprescindível uma campanha de vacinação contra a dengue, a covid, a gripe, malária e outras enfermidades, para a prevenção de saúde de crianças e adultos.

Mas não basta remediar. É imperativo parar o desmonte das leis de proteção ambiental, parar de reduzir áreas de preservação permanente, matas ciliares, cassar o licenciamento e o funcionamento de empresas desmatadoras, poluidoras como a Vale, além de combater o garimpo ilegal. Está na ordem do dia REVOGAR o marco temporal! Não ceder um milímetro à bancada do agronegócio, bem representada por deputados advindos dos estados do RS, PR, SC, cuja população está sofrendo com os efeitos extremos da crise ambiental.

O Rio Grande do Sul é o exemplo mais recente de que a questão climática é política e de gestão pública, pois muito se poderia ter evitado com ações preventivas. A natureza não é a responsável pela tragédia.  O descaso dos governos, a falta de interesse pelo bem-comum, além da busca enlouquecida do lucro do sistema capitalista, que explora a natureza até seus últimos recursos, sem a menor importância e preocupação com os impactos que isso traz à vida humana são os principais responsáveis por mais essa tragédia socioambiental.

Estamos diante de uma tragédia anunciada. Há muito tempo a ciência vem alertando quanto à urgência de políticas de adaptação aos efeitos do aquecimento global, porém os governos (federal, estaduais e municipais) não se organizam em torno de um plano de ação integrada e seguem ignorando os riscos, por isso nós, da UNIDOS PRA LUTAR, exigimos ações imediatas das autoridades governamentais para o Rio Grande do Sul.  Exigimos dos governos, dos patrões e da Justiça, que nenhum trabalhador seja prejudicado ou perca algum direito trabalhista. A segurança das famílias gaúchas é a prioridade, as empresas e patrões devem manter o pagamento integral dos trabalhadores sem nenhum prejuízo, deve ser proibida qualquer demissão. Os ricos devem pagar pela crise climática que assola o Rio Grande do Sul. Nós da UNIDOS PRA LUTAR, estamos solidários com os trabalhadores, as trabalhadoras e o povo pobre do Rio Grande do Sul e nos somamos à campanha nacional de solidariedade.